quarta-feira, 28 de março de 2012

Futebol X Mortes.

Foi diagnosticada na manhã desta terça-feira 27/03 a morte cerebral de mais um torcedor envolvido na briga entre as torcidas do Corinthians e Palmeiras, que aconteceu na manhã do último domingo 25/3 na zona norte da capital paulista. O jovem Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, de 19 anos, torcedor do Palmeiras, teve traumatismo cranioencefálico grave após ser agredido por torcedores rivais e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Camilo. Segundo nota divulgada pelo hospital, às 5h15 de hoje foi diagnosticada a morte cerebral do jovem, que no momento se encontra “em suporte ventilatório e hemodinâmico na UTI”.



No mesmo conflito, o torcedor palmeirense 
André  Alves Lezo, de 21 anos, foi baleado na cabeça e encaminhado para o Hospital de Vila Nova  Cachoeirinha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Outro torcedor, atingido por uma barra de ferro na cabeça, teve traumatismo craniano e foi levado para o Hospital Cruz Azul. No Hospital Mandaqui também há um torcedor internado. Ele foi baleado na bacia e seu estado é estável.


Na segunda-feira 26/3, a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu proibir a entrada de torcedores da Mancha Alviverde (antiga Mancha Verde) e da Gaviões da Fiel, torcidas organizadas envolvidas na briga, nos estádios até que os fatos sejam apurados. A Procuradoria-Geral da Justiça designou os promotores de Justiça Sérgio de Assis e Manoel Torralbo Gimenez Junior, do 2º Tribunal do Júri, para acompanhar o inquérito policial que apura a morte de André Alves.

Eu entendo que seja um tanto complicado tomar medidas que acabem com tamanha violência. Mas é uma pergunta fácil de resposta imediata. Essas pessoas que vão para os jogos e saem de estádio para machucar, bater e até matar, são torcedores? Não. Federação Paulista de Futebol, eles não são torcedores. Desde quando futebol combina com violência? O futebol é um esporte como qualquer outro, e até onde eu saiba o esporte está aí para salvar vidas, mudar vidas, tirar meninos das ruas, do tráfico, e transforma-los. Ou eu estou enganada? 
O grande mal desse grande caos é que esse problema está muito longe das nossas autoridades, isso não está perto dos filhos dos governadores, deputados, da nossa presidenta. Isso é um mal tão doentio quanto a corrupção dos políticos, todos sabem que existem, alguns tentam de alguma forma diminuir, outros fingem tomar providências para acabar, mas na verdade só PIORA.
Infelizmente esses jovens não são os primeiros a morrer devido a violência em jogos de futebol, nem serão os últimos.
Só me pergunto quantas pessoas terão de morrer ainda?
Quantas mães terão de perder seus filhos? Quantos filhos irão perder seus pais? Quantas mulheres ficarão viúvas? 
A medida vai ser as pessoas honestas, de boa índole, as pessoas que são '' pais de família '' serão obrigadas a assistir os jogos em casa, porque ir para o estádio é uma sentença de morte? E sem destacar que não poderão sair com roupas dos times que torcem, não poderão expor o time de coração, não poderão mais torcer livremente?
Onde ficam os direitos dos cidadãos? 
Reforçar o policiamento nos estádios, nas ruas, proibir torcidas organizadas nos jogos, as autoridades responsáveis já dizem fazer. E qual é o efeito disso tudo? Que me consta nessa semana morreram dois jovens vítimas dessa violência absurda, ignorante e mal tratada.
Vamos acordar, protestar, mas protestos saudáveis, porque protestar com violência só irá mostrar que somos tão doentes quanto os que matam por que pessoas não torcem pelo mesmo time que eles. 
Vamos tomar atitudes que realmente funcionem, e não dizer '' vamos fazer '' isso qualquer um pode falar, vamos agir de verdade não é mesmo autoridades? Cuidar de um mal da sociedade que mata pessoas por terem opiniões diferentes é cuidar de um câncer, que se não for bem cuidado, chegará a metástase, fase terminal e depois de um tempo se tornará incurável.
Só me pergunto, quantos ainda terão de morrer?


Deixando bem claro que não disse quem foi a vítima e o culpado do ocorrido, que ocasionou a morte desses dois jovens. Salientando também que não sou palmeirense, tampouco corinthiana, não estou a defender nem acusar torcedores, estou a pedir ações de efeito do governo. Não estou a defender ninguém, estou a defender algo abstrato, e o que estou a defender é a PAZ

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